Sétimo dia.

Procurando o significado do sem sentido, procurando o meu lugar ao sol... Encontro apenas uma confusão entre sentimentos e pensamentos. Seguirei vivendo na procura, cauteloso com meus medos. Espero encontrar algum dia o que nunca ninguém foi capaz de encontrar, percorrendo essa estrada da morte com a bússola em direção norte...

Sete dias se passaram, mas para variar, nada aprendi e ainda não sei o que procurar...

Olhos certos.

A coragem está afogada no mar, enquanto os pensamentos estão voando pelos céus. Tentativas frustradas de entender o mundo me fazem desconhecer minha própria sombra, é tudo tão igual, tudo tão confuso. Palavras e versos serão eternos, enquanto tudo perde seu sentido ao passar do tempo, enquanto tudo está desobedecendo às regras... Tudo, menos meu olhar.

Agora, os sonhos se complementam e os passos se ajuntam, enquanto os ponteiros do relógio se ajustam para nós.

O caminho dos sonhos.

Idéias psicodélicas para me salvar do suicídio social dão vida a um mundo alternativo. As ideologias agora são vendidas como sobrevivência... Já não existem heróis. Olho para o mundo pela sacada do meu quarto e me pergunto qual será a hora certa de me jogar... Já não existe emoção. O amor é uma simples coincidência entre fieis inimigos.

Nada está no seu devido lugar, a partida agora é a chegada e não existem mais curvas nessa estrada.

A chama que não se apagará.

Gritos de dor marcam os pensamentos de uma guerra sem fim, onde o amor é registrado como morto... Uma mente sem sentido e direção nula, um único caminho com destino a loucura. Deito-me na areia do deserto, insanas noites em branco que avisto uma estrela brilhando. Sinto calor pelo corpo sempre que a vejo ao passar das nuvens... Certamente estou possuído por alguma maldição deixada por um morto na guerra.

Fecharei os olhos para imaginar, dormirei antes de acordar.

O fantasma do teatro.

O desejo de vitória que percorre pelo meu sangue e o passado de derrota que persegue minha mente. Estou enfocado num destino sem passado, sou torturado pelo tempo, vivo pelo medo. Um lado obscuro que presencia a doce morte de uma rosa, que me fere com seus espinhos, mesmo sem vida. As coisas bonitas perdem sentido, esse mundo me assusta... Creio que tudo não passa de um espetáculo e eu de um simples ator.

Anoitece... Amanhã, uma nova cena do espetáculo estará por vir.

O amanhecer da esperança.

O sonho de uma noite ou o pesadelo de um dia? Talvez o tempo decida. O tempo é o meu melhor amigo, o único que faz passar todas as minhas magoas sem sentido. A cada segundo que passa o futuro vira passado e o meu presente deixa de existir. Talvez o tempo seja a solução... Minha única resposta para o amanhecer seguinte ou minha única desilusão.

O brilho da lua ao se refletir no infinito mar azul se torna uma noite de lembrança... Enquanto minha alma caminhar comigo, meu sonho será esperança.

Fim de outono.

Vivemos aos poucos por sentimentos passageiros que acabam ao entardecer, nos entregamos por prazeres sem sentidos que não existem ao conhecer. Somos frutos inexplicáveis, somos a interrogação, somos a forma mais bonita da destruição. Crescemos nas mentiras, onde a verdade é esquecida durante o tempo, passamos por um teste vivo de capacidade de memória. A felicidade que se torna memória fraca e o sentimento de alegria que se torna escapatória da verdade. Na pior das hipóteses desejaria não sonhar, temos tão pouco tempo... Viva, acorde a esperar o dia amanhecer, flutue pela liberdade, seja livre ao fim.

Bem vindo à meu mundo, aonde nada faz sentido.